quinta-feira, maio 30, 2013

Crianças

Eu me relaciono muito mais fácil com crianças do que com adultos. Além da idade mental ser semelhante, as crianças ou querem conversar ou não querem. Ou querem te ouvir ou não querem. Ou querem falar ou não querem. São muito criativas, riem por que sim, e se retam tb. Não ligam muito pra errar, se interessam por novidades (às vezes, claro), inventam histórias.

Gostam de ser levantadas e giradas loucamente, gostam de correr e gritar, gostam de fazer careta e dar língua, gostam de dançar. Gostam de câmera fotográfica, gostam de tinta e pincel, gostam de lápis de cor. Gostam de preto, de branco, de meio termo. Não tem sexo, ou gênero, ou amarras.

E as crianças sorriem os sorrisos mais lindos. Além, claro, de carregarem a maior das responsabilidades sobre o mundo e, por isso mesmo, pra mim, merecem mais cuidado e respeito até dos que já fizeram muito. Porque estes já fizeram, e as crianças TÊM que fazer. E vão pegar uma barra pesada pela frente.

Todas as crianças têm histórias adoráveis e aterrorizantes pra contar. E uma visão de mundo sempre, sempre, sempre apaixonante. Diferente do que você espera.

Quando criança eu não queria ser adulto. Adultos, por mais legais que fossem - o que não era muto comum - eram chatos. Limitados.

Eu sou MEGA chato, eu sei. Cheio de definições. Inclusive, encarar que o mundo é uma merda me fez ficar menos criança, mais chato. E muito limitado.

Não dá pra voltar a ser criança, e eu não quero. Mas é bom, de vez em quando, sentir o gostinho da beleza das coisas, da novidade, das possibilidades diferentes, da surpresa.

Por isso que eu leio, por isso que eu escrevo, por isso que eu trabalho com linguagem. Por isso que eu tento fotografar, tocar violão, jogar futebol. É pra lembrar de como é ser criança. E ser feliz, um pouco, sendo adulto.