BOB ESPONJA É FEITO DE FIBRA ÓTICA
da Reuters, em Toronto (Japão)
Cientistas da Lucent Technologies descobriram que uma esponja marinha contém fibras óticas quase idênticas às fibras usadas nas telecomunicações, segundo estudo publicado na semana passada pela revista Nature (www.nature.com).
"Acreditamos que esta recém-descoberta fibra ótica poderá lançar luz sobre processos inspirados pela biologia que gerem melhores redes e materiais de fibra ótica", disse Joanna Aizenberg, chefe da pesquisa do Laboratório Bell, da Lucent, em comunicado.
A pesquisa da Lucent, empresa norte-americana de equipamentos de telecomunicações, encaixa-se no campo da biomimética, área da ciência que aplica princípios da natureza à engenharia e às tecnologias criadas pelo homem.
"A capacidade da Mãe Natureza para criar materiais perfeitos é impressionante, e quanto mais estudamos organismos biológicos, mais percebemos o quanto podemos aprender com eles", disse Aizenberg.
Segundo o estudo, a pequena esponja marinha Cesta da Flor de Vênus possui estruturas de esqueleto que se parecem com os cabos de fibra ótica e transmitem a luz da mesma maneira --com a vantagem de não quebrarem.
Eficiente e econômica
A pequena esponja de 15 centímetros, cujo nome científico é Euplectella, vive no fundo do oceano em mares tropicais. Seu intrincado esqueleto cilíndrico de malha de sílica geralmente abriga um casal de camarões.
As fibras, que têm entre 5 e 17 centímetros de comprimento e a espessura de um fio de cabelo, se localizam na base desse esqueleto, estendendo-se para o exterior, como uma coroa invertida.
Os pesquisadores constataram que as fibras são formadas por diferentes camadas de sílica, em estrutura semelhante às camadas de vidro da fibra ótica comercial. Quando expostas à luz, as fibras das esponjas conduzem a luminosidade.
"Essas fibras biológicas têm uma semelhança impressionante com as fibras de telecomunicações comerciais, uma vez que usam o mesmo material e têm dimensões semelhantes", disse Aizenberg.
Embora as fibras da esponja não conduzam a luz com a mesma eficiência que as fibras criadas pelo homem, são bem mais resistentes, pois têm uma bainha protetora recobrindo sua superfície. A quebra de fibras óticas é a principal causa de quedas em redes por cabo e sua substituição é cara e complexa.
O desafio para os cientistas agora é descobrir como a esponja cria sua estrutura resistente e complexa nas baixas temperaturas do oceano, na tentativa de reproduzir processos naturais e reduzir assim os altos custos de produção das fibras óticas atuais.
As fibras que conduzem sinais de comunicações são fabricadas atualmente com grandes gastos de energia, em fornalhas.
"Mesmo que muitos anos ainda nos separem de qualquer aplicação comercial, a compreensão da esponja poderá ser muito importante na redução dos custos e melhora da eficiência dos futuros equipamentos ópticos de telecomunicações", disse Cherry Murray, vice-presidente de pesquisa dos Laboratórios Bell.
terça-feira, agosto 26, 2003
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