Farra é uma palavra engraçada. Eu sempre penso nas pessoas da geração anterior à minha numa festa semi-hippie, dançando, rindo, com os filhos morrendo de vergonha de ver seus pais se mexendo de forma um tanto medonha - para seus padrões adolescentes.
Nunca associei farra a alguma coisa que não fosse "pura", leve, mas muito divertida e extensa. Quando penso em farra, penso em dança, suor, risadas, nunca em drogas pesadas, gente vomitando, nem nada de ruim.
Nesses dias vi uma mini fanfarra, ou como descobri, um chupa-catarro, descendo a rua na maior farra. Algumas pessoas acompanhando, todas extremamente felizes (mesmo os jovens envergonhados, que não queriam admitir ), debaixo do típico sol do verão soteropolitano, dançando, cantando.
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Um amigo tem o incrível poder de não-entender, ou entender errado, tudo o que ouve. E uma das frases que ele retrabalhou internamente no seu cérebro resultou na seguinte: "A farra dos fabricantes de sopa".
Eu sempre me divirto tentando imaginar como seria uma farra dos fabricantes de sopa.
Várias pessoas com seus chapéus de mestre-cuca, dançando, cantando, numa cozinha cheia de massas, legumes e carnes. Alguns cortando os ingredientes, outros acendendo o fogão, alguns lavando panelas, uns jogando as letrinhas pra cima, como confete, outros batucando com os utensílios, outras ainda tomando sopa. E dançando. Todas muito felizes.
E seus filhos adolescentes, com seus chapéus de mestre-cuca júnior, morrendo de vergonha, e se divertindo secretamente por meio das reclamações, risos, e passos de dança encabulados.
Um comentário:
Passei rapidinho e só li esse, mas volto para ver qualé.
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