sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Chove.


Chove.

Chove, porra.

Que porra de calor infernal faz essa cidade. Não cai uma porra de uma gota dessa merda desse céu.
Fica aí, todo mundo suado, fedendo, nojento, parecendo um bando de porra junto.
Calor da desgraça.

E não passa uma porra de vento pra aliviar. E a gente é que se foda, todo mundo amarrotado nessa porra desse ônibus. Um bando de desgraça fedorenta, tudo junto, fedendo, suando, reclamando. Inferno.

E fica essa porra desse mar zombando da sua cara. Aí, essa porra toda azul, verde, sei lá, só pra te sacanear. E você indo pra um trabalho fudido, escroto, pra ganhar dois salários mínimos pra meterem uma porrada de merda pra você fazer todo dia. Vida escrota da porra.

E não chove nessa merda. Tem quase um mês que não cai uma porra de gota nessa merda. Nem pra dizer que de madrugada deu um chuvisco, uma aliviada. Porra nenhuma. Vai se fuder, caralho.

E ainda vai esse filha da puta desse motorista dirigindo que nem um escroto. A porra da velha do meu lado quase caiu da cadeira. E esse filho da puta atrás de mim com essa mochila nas costas. Bota essa porra no chão, seu corno. Como se essa porra desse ônibus já não tivesse entupido nessa desgraça. E ainda tem uns filha da puta pra ficar apertando mais. Bando de escroto.

E o outro sacana com essa porra desse rádio ligado. Vai tomar no cu, porra. Desliga essa merda. Não basta estar um calor da desgraça, todo mundo fedendo, apertado, indo pra um trabalho escroto, com um filho da puta dirigindo parecendo que tá comendo a mãe dele, e ainda tem um verme ouvindo rádio. Alto pra caralho. Vai se fuder.

Não aguento mais esse calor. Não é só essa porra dessa sede que dá. Tá com sede, bebe água. É esse abafamento. Porque não pode ser uma porra de um calor seco, não. Tem que ser um calor filha da puta de úmido, abafado, escroto. Nem numa porra de uma sombra essa merda melhora. E fica tudo ensopado de suor, mão, pé, costas, a porra toda. Como é que consegue trabalhar nessa porra desse calor? E ainda tem uns fudidos que têm que trabalhar de terno nesse calor. Vai se fuder. Pior é o filho da puta que manda o fudido trabalhar de terno.

Tem que ser muito filho da puta pra mandar um sacana trabalhar de terno nesse calor. Um sol da desgraça o dia inteiro, e tem corno que bota os sacanas pra correr mundo com esse terno escroto. Como é que aguenta essa porra desse calor nessa desgraça desse terno?

Aí chega na porra da sala, e tem uma desgraça de um ar-condicionado todo velho, barulhento, sujo como a porra, que finge que esfria mas não esfria. E você ainda tem que ficar que nem um sacana fingindo que tá tudo bem, que tá beleza, ficar numa porra de um lugar barulhento, apertado, quente, com uma porra de um ar sujo, com uma luz irritante, que não para de piscar, parecendo um filho da puta resolvendo um monte de merda da vida dos outros que no fundo não vai mudar a porra da vida de ninguém.

Tem que ser muito filho da puta pra ganhar dinheiro empregando gente pra se fuder fazendo coisas que nenhum corno merece, e ainda lucrar pra caralho em cima delas. Tem que ser muito filho da puta.

E ainda tem esse corno com essa porra desse rádio ligado nessa porra desse calor, num aperto da desgraça, num calor do inferno.

Aí chega um escroto e mete uma porra de uma bala num filho da puta desse, e o corno ainda acha ruim. Vai se fuder. E ainda tem o sacana dirigindo parecendo que tá sendo currado por uma manada de elefante. Seu filho da puta. Você tá levando gente, não é pedra não, desgraça.

E se fosse só hoje ainda tudo bem, mas é a mesma porra todo dia. Vai se fuder.

Que calor da porra. Puta que pariu. Que calor insuportável. Não aguento mais essa porra.

Não podia chover? Não podia chover só uma porra de uma hora, pra aliviar esse calor da desgraça? Não podia passar uma porra de um vento pra aliviar essa merda desse calor filho da puta? 

Se bem que essa porra ia ser pior, ia começar a chover e o bando de corno desse ônibus ia fechar as janelas parecendo um bando de puta feito de açúcar. Aí eu ia ter que aguentar a porra do calor, do suor, desse aperto filho da puta, desse sacana fazendo um barulho da porra, do desgraçado dirigindo feito um corno e ainda ia ficar com as porras das janelas todas fechadas. Rebanho de escroto.

Deixa essa porra assim mesmo. Vai todo mundo pra puta que pariu.

2 comentários:

paulinho disse...

Às vezes se melhorar estraga...

Anônimo disse...

O desabafo de Ema. <3