Nova técnica pode tornar objeto invisível
da Folha de S.Paulo
Dois cientistas, um nos EUA, outro na Itália, estão propondo um método para tornar objetos virtualmente invisíveis. Por enquanto, a técnica é apenas uma porção de equações num pedaço de papel, mas os cientistas acreditam que já possa funcionar pelo menos com objetos muito pequenos, quase microscópicos. A afirmação convenceu o Departamento de Defesa dos EUA a financiar parte da pesquisa da dupla.
Uma versão preliminar do estudo, assinada por Nader Engheta, da Universidade da Pensilvânia, e Andrea Alù, da Universidade de Roma, já está disponível na internet e a notícia foi primeiro reportada pelo site jornalístico da revista britânica "Nature".
A idéia dos pesquisadores para "esconder" um objeto é envolvê-lo numa capa feita de um metal especialmente preparado (ouro ou prata parecem ser adequados para isso). A configuração dos elétrons nos átomos desse material, uma capa metálica com pequenos furos, criaria um efeito de vibração que equivaleria ao de ondas de luz num determinado comprimento de onda (dependendo do comprimento, a luz é de um "tipo": visível, infravermelha, ultravioleta, rádio, raios X etc.). Quando a luz desse comprimento específico incidisse sobre o material (chamado de plasmônico), ela não seria rebatida, e o objeto passaria a ficar invisível.
Entretanto, os fãs de ficção científica não devem se assanhar muito: um sistema de invisibilidade como o usado pelos romulanos em "Jornada nas Estrelas" ainda está longe de praticável. O sistema proposto por Engheta e Alù só funcionaria para objetos muito pequenos. Coisas grandes poderiam ser escondidas apenas de ondas cujo comprimento fosse maior que elas mesmas --é possível, por exemplo, recobrir um ser humano com uma capa que o torne invisível em microondas (que têm comprimento maior), mas detectável em luz visível.
Outro problema tem a ver com o formato do objeto. Os cientistas acham que será mais fácil esconder cilindros e esferas do que peças com forma altamente irregular, como aviões e naves espaciais.
Os pesquisadores apostam que o sistema será mais útil para esconder objetos minúsculos mesmo. Por exemplo, eles citam aplicações microscópicas, em que uma sonda é introduzida num objeto que se quer visualizar, como por exemplo uma célula viva, mas é tornada invisível para impedir que sua presença interfira com a imagem do microscópio.
Mesmo para isso, seriam precisos pelo menos mais cinco anos de pesquisa, segundo Engheta, em entrevista ao site LiveScience.
quarta-feira, março 02, 2005
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