Japoneses dizem ter descoberto partícula de matéria 'inexplicável'
da BBC, em Londres
Cientistas dizem ter descoberto uma partícula subatômica que não pode ser explicada usando as atuais teorias de energia e matéria.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Organização para Pesquisa de Aceleradores de Alta Energia, em Tsukuba, no Japão.
Chamada de X(3872), a partícula foi vista por apenas um momento em um acelerador de partículas. Desde então, a partícula vem sendo chamada de ''méson misterioso''.
Segundo a equipe japonesa, para compreender a existência dessa nova partícula, poderá ser necessária uma mudança no Modelo Padrão (da Cosmologia), a teoria mais aceita que explica a forma como o Universo é constituído.
Eternidade
X(3872) foi encontrada entre os subprodutos, ou restos, dos chamados ''belos mésons'', partículas subatômicas que são produzidas em grandes números na ''fábrica de mésons'', em Tsukuba.
O peso da nova partícula é quase o mesmo que o de um único átomo de hélio e sua existência dura apenas um bilionésimo de trilionésimo de segundo antes de se transformar em outra partícula mais estável e comum.
Apesar de ter uma vida muito curta para padrões humanos, cientistas afirmam que um bilionésimo de trilionésimo de segundo é quase uma eternidade para uma partícula subatômica desse peso.
Partículas menores que um átomo são agrupadas em famílias, de acordo com sua massa, órbita ou carga elétrica.
Mas a X(3872) é diferente, não se encaixa facilmente em nenhum esquema conhecido de partículas e, como resultado, atraiu atenção considerável da comunidade de físicos do mundo.
Novos pares
A descoberta de Tsukuba foi recentemente confirmada por pesquisadores no Laboratório Nacional de Acelerador de Partículas Fermi, em Illinois, Estados Unidos.
Nesse laboratório está o Tevatron, o maior acelerador de partículas do mundo. Foi o laboratório americano que deu à partícula seu ''nome misterioso''.
Um méson normal é formado por um quark e um antiquark, que são mantidos juntos por uma energia ''colorida'', também chamada energia ''forte'', pois é a energia mais poderosa conhecida.
A grande variedade de partículas de mésons que foram encontradas até agora refletem as muitas combinações diferentes que podem existir.
Entretanto, a X(3872) não se encaixa em nenhuma teoria ou nenhuma combinação de quarks e antiquarks.
Para explicar isso, físicos tentaram modificar sua teoria de energia ''colorida''; ou fazer da X(3872) o primeiro exemplo de um novo tipo de méson, feito de dois quarks e dois antiquarks.
terça-feira, novembro 18, 2003
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