terça-feira, junho 21, 2005
















Ali, do lado da Praça da Sé.

Se eu não me engano, o único cinema que funciona no centro da cidade (o Tamoio fechou).

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Teste do novo Bloggar...
Tcham, tcham ram!

É isso mesmo! Exatamente! O que todos esperavam!
E sejam muito felizes!

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segunda-feira, junho 06, 2005

Que a força esteja com vocês!

Para testar a fé do brasileiro e restabelecer a paz universal, nosso repórter assistiu a toda a série Star Wars e fundou uma nova religião: o jedaísmo. E até conseguiu adeptos

Por Arturo Querzoli

Um assunto estranho invadiu os noticiários do Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, que estão realizando seus respectivos censos populacionais em 2001: uma misteriosa corrente de e-mails pedindo a todos os cidadãos que não têm uma religião definida que respondam aos pesquisadores que são da religião Jedi. O spam afirma que, assim que os adeptos somarem 10 000 respostas, o jedaísmo, inspirado na série Star Wars, de George Lucas, poderá ser transformado em uma religião oficial.

Mas, apesar da simpatia do Mestre Yoda e sua turma, a campanha não deu muito certo. E os auto-intitulados Cavaleiros Jedis foram ameçados com multas e processos se continuassem com a tentativa de melar o censo. Será que no Brasil aconteceria o mesmo? Afinal, o brasileiro já acreditou em coisa muito mais bizarra, como o ET de Varginha, o confisco do Collor, a Seleção Brasileira e o Paulo Maluf. Por que não acreditaria numa religião baseada na filosofia Jedi?

Pouco tempo depois, eu, Arturo Querzoli, e dois atores, Leonardo e Fábio, nos vestimos de Cavaleiros Jedis e invadimos a Praça da Sé, no Centro de São Paulo, ponto de pregação de muitos líderes espirituais, para divulgar o jedaísmo - e ver se descolávamos uma graninha extra.

Munidos de um cartaz feito por um pintor de pôsteres de filmes pornôs e de alguns colares encomendados para lembrar que "a Força está com você", paramos no meio da praça, a alguns metros de um grupo de evangélicos cristãos.

Passados 5 minutos, nós três - recém-nomeados Obi-Wan Kenobi (Leonardo), Qui-Gon Jinn (eu) e Luke Skywalker (Fábio) - já atraíamos olhares curiosos. Em dúvida se a atenção popular era causada pela mensagem "Que a Força esteja com você" pintada no cartaz atrás de nós ou pelas roupas ridículas que usávamos, Obi-Wan Kenobi dirigiu-se ao curioso mais próximo e perguntou:

Obi-Wan Kenobi: O que você está fazendo aqui na praça?

Curioso: É que eu não sou ninguém. Acabei de cumpir 23 anos de cadeia.

Obi-Wan: (tentando disfarçar o susto): Por que você acha que não é ninguém? Quantos anos você tem?

Curioso: 42. É que eu sou ignorante…

Obi-Wan: (dirigindo-se ao recém-formado grupo de interessados ao redor de nós): Quantos de vocês têm mais de 50?

(Alguns levantam a mão.)

Obi-Wan: (apontando para o ex-presidiário): E quem de vocês acha que esse homem é ignorante?

(Ninguém levanta a mão.)

Obi-Wan: E quem acha que ele é ninguém?

(Ninguém levanta a mão.)

Obi-Wan: (para o ex-presidiário): Tá vendo? Sinta a Força dentro de você e dê a volta por cima! Como você está se sentindo agora?

Curioso: Alguém. Agora eu sou alguém!

Obi-Wan: (com um sorriso contagiante de Padre Marcelo): É isso, irmão! Seja um Jedi e que a Força esteja com você.

Vencido o combate inaugural contra o Lado Negro da Força, um grupo de bêbados, secretárias, desempregados, auxiliares de escritório, bacharéis, office-boys e outros habitantes da Praça da Sé já se aglomerava em volta dos três dublês de beduínos que haviam acabado de converter um ex-fora-da-lei. Será que a Força estava realmente do nosso lado?

Confiantes de que o público não reconheceria a semelhança entre a nossa religião e os filmes do George Lucas (se descobrissem a brincadeira, certamente nos expulsariam a pedradas), iniciamos nosso sermão. Nosso discurso era simples, baseado em quatro princípios básicos:

1. Acreditar e sentir a Força, que está acima de todas as religiões do planeta Terra.

2. União universal e sem preconceitos entre humanos, andróides e extraterrestres.

3. Busca da paz e do amor pelo poder da Força.

4. Combate sem tréguas ao Lado Negro da Força.

O público ao nosso redor foi aumentando. Preocupado com a concorrência, um pastor do grupo evangélico vizinho abandonou seus companheiros para nos intimar:

Pastor: Quem são vocês? O que vocês estão transmitindo aqui?

Qui-Gon Jinn: Estamos transmitindo a Força. A Força dos Jedis. O senhor conhece a nossa religião?

Pastor: Jedis, né? Já ouvi falar… Li alguma coisa a respeito, mas não conheço muito, não. Qual o objetivo de vocês aqui?

Qui-Gon: Promover a paz e o amor, ensinar vocês a usarem a Força que está presente em todo o Universo…

Pastor (incrédulo): E como vocês pretendem fazer isso? Baseados em qual fundamento? Como podem explicar essa tal Força do nada? Como podem não acreditar no pai-nosso-todo-poderoso?

Mal começou a discussão entre o evangélico e Leonardo (Qui-Gon Jinn), e os curiosos se multiplicaram em torno de nós. Para ajudar o pastor indignado, um espertalhão logo lançou a pergunta: "Isso é daquele filme Guerra nas Estrelas!", mas obteve, antes que o público se rebelasse, a resposta ensaiada de Luke Skywalker: "Claro que sim. O filme é o único que mostra nossa religião, que existe há milhões de anos".

Depois de 10 minutos de acusações ("A Força é o diabo!"), o pastor ficou bravo e foi embora, resmungando pragas bíblicas. Ele, porém, estava errado. A Força não é o diabo. O Darth Vader é que é o diabo. Nessa altura do campeonato, já choviam perguntas da pequena multidão reunida, que, para nosso espanto, realmente estava interessada em virar Jedi. Os diálogos que se seguiram pareciam saídos de ficção científica:

Rapaz: Vocês acreditam que, através dessa Força que vocês pregam, as pessoas consigam mover objetos por meio do pensamento?

Qui-Gon Jinn: Claro! É só atingir um estado de perfeita harmonia com a Força presente no Universo.

Rapaz (falando para a velhinha atenta que está ao seu lado): Viu, mãe!? Não falei pra senhora? Agora a senhora sabe como eu faço para mexer os copos e aquelas coisas todas! (Dirigindo-se a mim): É que eu tenho poderes paranormais, sabe? Eu olho para um animal, por exemplo, e penso: "Quero que você levante e vá para a esquerda". Aí ele levanta e vai para a esquerda.

Qui-Gon (fazendo cara de santo para não rir): Hum… Sei… A Força é forte em você, meu jovem.

Com o sucesso repentino das nossas pregações e ensinamentos, logo nos tornamos a sensação da praça. Como todo líder religioso que se preze, passamos à segunda fase de nosso teste de fé: a arrecadação financeira. Entre uma pregação e outra, Luke Skywalker abriu um pequeno tabuleiro com nossos Talismãs Jedi (produzidos pela empresa Controvérsia especialmente para a VIP): amuletos para proteger os Cavaleiros Jedi contra o Lado Negro da Força. Nem precisamos anunciar que o pequeno disco de lata com uma pedra no meio realizava milagres, espantava mau-olhado e atraía a sorte. Os simpatizantes de Yoda avançaram sobre as bijuterias sem perguntar o preço. Como nós não somos perversos como Jabba, the Hut, cobramos só 1 real por colar. E quebramos o protocolo da Praça da Sé ao aceitar passe e vale-refeição. Em menos de meia hora, só tinha notas amassadas sobre o tabuleiro. Definitivamente, a Força estava conosco! (Nós demos o dinheiro para o primeiro mendigo que encontramos ao sair dali, leitor. Afinal, um Jedi não se preocupa com a acumulação de bens materiais. Lembra-se de Yoda morando no pântano e de Obi-Wan no meio do deserto?)

Mas, de repente, eis que o Lado Negro da Força resolveu nos desafiar. Talvez enviado pelo próprio Darth Vader, um jovem pastor evangélico, bem vestido, infiltrou-se no meio dos nossos futuros fiéis e começou a nos provocar:

Pastor Ivan Padilha: E de onde veio essa Força? Em qual livro vocês se baseiam?

Obi-Wan Kenobi (com as mãos sobre o rosto em sinal de concentração, para ganhar tempo): Ééé… Nos baseamos na experiência!

Ivan: Que experiência? Não tem nenhum livro que prove a existência disso! Nem em Deus vocês acreditam!

Ao ouvir essas palavras, parte do público começou a murmurar, duvidando da Força e (imagine só) até de nós, os Cavaleiros Jedi...

Obi-Wan (fazendo o sinal Jedi com o braço, para disfarçar o desespero): Éééé… É que não é preciso ver as coisas para acreditar. Por exemplo, o que vocês vêem aqui? (Enquanto fala, Obi-Wan fecha o punho, como se agarrasse o ar.) Para a maioria, dentro da minha mão não tem nada. Para nós, Jedis, existe muita coisa nesse vazio…

Ivan (exaltado): Vocês estão enganando o povo!

Obi-Wan (emblemático): A Força não engana ninguém. Basta senti-la.

Com o bate-boca, mais pessoas se aproximaram. Nosso público já era muito maior do que o que assistia às pregações cristãs ao lado. Mas, quando nosso companheiro Jedi afirmou que "Deus não existe, só a Força é real", o pastor correu para o centro da praça e berrou:

Ivan (possesso): HERESIA!!! Ato de má-fé!!!

O escândalo do pastor serviu apenas para atrair mais curiosos. Alguns já tinham, pelo visto, uma grande concentração da Força. Um deles, chamado Carlos Santos, se aproximou.

Carlos: Eu sei que a Força e todas essas coisas que vocês falam é verdade.

Qui-Gon: Ah! Então você já é um Jedi…

Carlos: Tanto que eu fui guerreiro romano numa vida passada e já estou em minha última encarnação aqui no planeta Terra.

Qui-Gon: Sei… E para onde você vai depois?

Carlos: Para Júpiter, claro, onde vive a civilização mais avançada do Sistema Solar. Os cientistas só não sabem disso porque eles estão em forma etérea, não dá para vê-los.

Qui-Gon: Ah, claro. Que a Força esteja com você…

No final da tarde, com muitos novos adeptos do jedaísmo circulando pela praça, uns trocados na caixinha e a enorme culpa por zombar da credulidade de gente simples mas honesta, resolvemos abandonar o planeta Terra. Na surdina, para não atrair a ira dos fiéis, nos dirigimos, um a um, para o carro que nos esperava num local econdido. Já longe do perigo de sermos descobertos, fizemos o sinal Jedi um para o outro, comemoramos o sucesso da empreitada e tiramos a fantasia. Animado, quando cheguei em casa tentei me concentrar na Força e fazer o controle remoto da TV levitar até mim. Não deu certo, mas um dia chego lá.


* Alguns personagens desta reportagem tiveram seus nomes mudados, pois não foram avisados de que pagariam o maior mico.

Encontre seu nome Jedi

Não dá para salvar o Universo das forças do mal chamando-se João da Silva, né? Para se tornar um Cavaleiro Jedi verdadeiro, é preciso ter um nome que faça jus à espada de luz. Se você quer saber como seria seu nome de aprendiz de Yoda, acesse o site Jedi Name: www.xach.com/misc/jedi.html (em inglês). É só dar seu nome, o nome de solteira de sua mãe e o último remédio que você tomou, que a Força se encarrega do resto.

Meu nome, por exemplo, ficou assim: Arturo (nome) + Querzoli (sobrenome) + Álvares (nome de solteira da minha mãe) + São Paulo (cidade natal) + Ranitidina (última medicação que tomei) = Quear Alsão, do planeta Ranitidina!

*o meu nome Jedi ficou: AZENI SASAL, do planeta Dimeticona (ai, ai.. logo esse!!! Deve ser um planeta cheio de Geizers)

Oração do Jedi


Para ser uma religião completa, não poderia faltar uma oração. Pensando nisso, a VIP criou a Oração do Jedi, para você recitar todos os dias antes das refeições - de preferência, ajoelhado.


Ó Força que o Universo conduz,

Ajudai-nos, reles humanos,

Ilumine nosso caminho,

Trace nosso destino

Nos tornando Jedis soberanos


Ó Força em tudo presente,

Fazei-nos vencer o Lado Negro nas lutas

Com o Sabre de Luz, amor e sabedoria,

Conquistando um Universo em harmonia

E o amor de São George Lucas

Os 10 mandamentos

Religião tem que ter mandamentos. Aí estão os 10 princípios do jedaísmo

1. A Força deve compreender.

2. Como o Mestre Yoda, somente da Força falar em invertida ordem e, de preferência, rimar.

3. Contra o Lado Negro da Força, eternamente lutar. (Viu? Rimou!)

4. Não ter preconceitos em relação a outros humanos, robôs ou extraterrestres com mais de uma cabeça.

5. Combater eternamente Darth Vader e qualquer outro tipo de enlatado.

6. Jamais confundir Star Wars com Star Trek.

7. Achar que o Spock faz parte do Star Wars é pecado mortal.

8. Não confundir a ordem dos episódios dos Seis Filmes Sagrados de São George Lucas (o mais recente é o primeiro, o mais antigo é o quarto e ih, que confusão!).

9. Não usar o sabre de luz durante o apagão (afinal, o Universo inteiro está em crise de energia).

10. Reconhecer que a Força está dentro de você, mas no bom sentido.


sábado, junho 04, 2005

MOSTRA DE VIDEO
JOVENS REALIZADORES BAIANOS
3 a 5 / Junho / 2005
Sala Alexandre Robatto - Biblioteca Pública dos Barris


PROGRAMAÇÃO

PROGRAMA I
-A um passarinho - Mariucha Ponte
-A Job that slowly kills you - Gustavo Seabra
-Essa é a nossa verdade - Antônio Neto
-No Compasso da Escuridão - Marcelo Villanova
-O Doce Encanto da Humanidade - Leon Sampaio
-O Paraíso da Honestidade Perdida - Leon Sampaio
-Sala de Espera - Adriano de Carvalho
-Sem a lona preta - Diego Lisboa

PROGRAMA II
-300 Segundos - Hermilio Santana
-A Noite em que as sombras queriam Carlos Magno - Caê Almeida
-Bahia de Todos os Santos - Gelson Júnior
-Memória - César de Oliveira
-Verde Cinza - Queliton Xavier
-R$ 1,50 - Daniel Lisboa

PROGRAMA III
-A Morte - Diego RB
-Dossiê Manuela Rosário - Alfredo Villas ? Boas
-Mundo cão... - Hélio Sampaio Neto
-Sonhos Entrecortados - César de Oliveira
-Tarde Triste - Ednei Otávio
-Todo Errado - Laís Souza
-Um dia Após o Outro - Gabriel Teixeira
-Vingança - Marcelo Villanova

PROGRAMA IV
-Andercícero - Laís Souza
-Hamlet - Leandro Lima
-Jovens Realizadores - Silas Carvalho
-Olhos Verdes - Diego Lisboa
-Razão do Love - Alan Miranda
-Sala de Cinema UNEB - Luciano Carcará
-Tédio Consola-Dor - Queliton Xavier
PROGRAMA V
-Bon Appetit _ João Rodrigo Mattos e Daniel Rangel
-Cega Seca ? Sofia Federico
-O craque e a miséria ? Walter Freire
-O Ponto ? Maria Carolina

SEXTA ? 03. 06. 2005

16h às 18 h ? Abertura da Mostra de Vídeo - Jovens Realizadores Baianos
Debate: ?Desafios enfrentados por um jovem realizador no mercado audiovisual baiano?
Participação do cineasta Carlos Pronzato, do representante da ABCV Lula Oliveira e do estudante Luciano Carcará.

18h às 19h ? Programa I
19h às 20h ? Programa II
20h às 21h ? Programa III
21h às 22h ? Programa IV

SÁBADO ? 04. 06. 2005

16h às 17h ? Palestra: O roteiro e a obra audiovisual
Palestrante: Rubens Shinkai

17h às 18h ? Programa III
18h às 19h ? Palestra: Crítica do Audiovisual
Palestrante: André França
19h às 20h ? Programa II
20h às 21h ? Programa IV
21h às 22h ? Programa I

DOMINGO ? 05.06.2005

15h às 16h ? Programa II
16h às 17h ? Programa I
17h às 18h ? Programa V
18h às 19h ? Programa IV
19h às 20h ? Programa III
20h às 22h ? Exibição do curta ?Anhetegua (Liberdade), ALCA não?, do cineasta Carlos Pronzato
Exibição de ?O Anjo Negro?, longa metragem do cineasta baiano Zé Umberto