terça-feira, fevereiro 12, 2008

Água e sabão são a melhor opção para cuidar de ferimentos leves

Recentemente machuquei a canela direita. Nada muito profundo, só uma série de cortes, ocorridos na contusão da supra-citada parte do corpo que separa o joelho do pé com uma deliciosamente metálica corrente de estacionamento.

foram 4 cortes/machucados longos, porém não muito profundos.

Lavei com sabão e água corrente, mas todos, todos mesmo, do mundo inteiro, ficaram insistindo para que eu passasse merthiolate, água oxigenada, dentre outros, e tomasse antitetânica, inclusive.

Em homenagem a isso, coloco abaixo uma reportagem da folha sobre a NÃO necessidade de merthiolate e água oxigenada, e aqui disponibilizo o link para tétano na wikipedia, explicando que esta doença não está ligada a metais, e é mais fácil adquir´r-la em estrume de vaca. Coisa que qualquer estudante de medicina sabe.

Segue a reportagem da Folha.

Anti-sépticos, água oxigenada, esparadrapos, curativos de materiais e tamanhos diversos. Apesar de toda a parafernália disponível para aplicar em casa nos pequenos ferimentos, a principal recomendação dos especialistas é simples e acaba esquecida por muita gente: lavar o local com muita água e sabão, ou então com soro fisiológico. A medida é fundamental para retirar possíveis resíduos que podem ter ficado na região e para diminuir a chance de infecção.

"As pessoas usam mais antisépticos do que deveriam. A maioria das escoriações não precisa nem de curativo. A medida principal é lavar com água e sabão, e não só no primeiro dia", afirma a pediatra Renata Waksman, autora do livro "Crianças e Adolescentes Seguros" (Publifolha).

Segundo a médica, os antisépticos, como o clássico Merthiolate, que mantém campanha publicitária no rádio, ajudam a deixar a região um pouco mais seca, mas têm efeito leve e devem ser aplicados apenas com orientação médica, já que podem causar reações alérgicas. "Não é porque esses produtos não têm mais mercúrio em sua composição [o componente foi retirado da fórmula em 2001 por ordem da Anvisa] que não podem dar um quadro alérgico. São substâncias concentradas, podem sensibilizar a pele", alerta a pediatra.

Alexandre Pieri, coordenador do pronto-atendimento do hospital Albert Einstein, em São Paulo, também aponta como um erro comum o uso prioritário desse tipo de produto. "Podem dar uma reação local e, dependendo de como são guardados, podem ser foco de contaminação. O correto é colocar o ferimento debaixo da torneira e deixar escorrer água, passando sabão neutro."

O uso de produtos como água oxigenada e iodo também não é recomendado. "Eles são utilizados só quando já há uma infecção, o que pode ocorrer com o passar do tempo, formando aquela crosta amarelada ou esverdeada. Mas, inicialmente, não se usa", afirma o clínico-geral e pneumologista André Luís Diarcádia, médico do Hospital das Clínicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Sem curativos

Outra dica que nem sempre é considerada é manter o ferimento descoberto "evitar tampá-lo com esparadrapos e curativos, a não ser que ele esteja sujeito a atrito" quando está na dobra do cotovelo ou na planta do pé, por exemplo. "O curativo torna o local úmido e facilita a proliferação de microorganismos", diz Pieri. Quando exposto, o machucado se mantém seco e cicatriza mais rapidamente.

Outra vantagem de deixar o ferimento descoberto é poder observar seu aspecto. Assim, se houver sinais de inflamação ou infecção, é possível ir prontamente ao médico.

Este, aliás, deve ser procurado sempre que o ferimento for muito grande ou profundo ou quando houver muito sangramento. Se o sangramento for leve, a dica é comprimir o local com um pano limpo até parar. Se não estancar após 15 minutos, também se deve buscar ajuda especializada.

E, com o passar dos dias, nada de cair na tentação de arrancar a casquinha que se forma no local, que faz parte do mecanismo de cicatrização. "Ela cai sozinha. Tem que evitar coçar, manter as unhas curtas e a mão limpa. Quando a pele estiver pronta, a casquinha cairá espontaneamente", diz Waksman.

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